Receber o diagnóstico de lábio leporino no pré-natal pode gerar dúvidas e preocupações. Segundo a Dra. Thaline Neves, esse tipo de malformação pode ser detectado ainda durante a gestação, possibilitando um planejamento cuidadoso e multidisciplinar para o nascimento e cuidados iniciais com o bebê.
Entretanto, compreender as etapas do diagnóstico e os caminhos para o tratamento pode fazer toda a diferença. Pensando nisso, ao longo deste artigo, veremos como o lábio leporino é identificado no pré-natal, quais profissionais devem ser envolvidos após a confirmação do diagnóstico e quando costuma ser realizada a cirurgia corretiva.
Como é feito o diagnóstico de lábio leporino no pré-natal?
O lábio leporino é uma malformação congênita que pode ser percebida durante os exames de imagem da gestação, conforme frisa Thaline Neves, médica proprietária da Clínica View. Isto posto, o diagnóstico geralmente acontece a partir de uma ultrassonografia morfológica, por volta da 13ª semana de gestação. Esse exame permite a visualização detalhada da face do feto, identificando alterações na formação dos lábios e do palato.

Embora o ultrassom seja o principal recurso diagnóstico, em alguns casos pode ser necessário complementar com exames de imagem mais precisos, como a ultrassonografia 3D ou até mesmo uma ressonância magnética fetal, para verificar a extensão da fenda e se há envolvimento do palato.
Além disso, de acordo com Thaline Neves, após o diagnóstico inicial, o acompanhamento pré-natal deve ser reforçado para monitorar outras possíveis alterações associadas. Uma vez que, o lábio leporino pode ocorrer isoladamente ou estar ligado a síndromes genéticas, o que exige uma investigação mais ampla e especializada.
O que fazer após a confirmação do diagnóstico?
Após a confirmação do diagnóstico de lábio leporino no pré-natal, o próximo passo é montar uma rede de cuidados que envolva diferentes profissionais da saúde. A orientação precoce é fundamental para garantir um início de vida mais saudável para o bebê e reduzir impactos futuros. Desse modo, o acompanhamento com um geneticista pode ser indicado, principalmente nos casos em que há suspeita de outras malformações, como pontua a Dra. Thaline Neves.
O apoio psicológico aos pais também é recomendado desde o pré-natal, pois ajuda na adaptação emocional e no preparo para os cuidados futuros. Sem contar que é determinante planejar o parto em um hospital com estrutura para atendimento neonatal e uma equipe preparada para lidar com possíveis complicações.
Quando a cirurgia deve ser realizada?
A cirurgia para correção do lábio leporino é uma etapa essencial do tratamento e costuma ocorrer nos primeiros meses de vida. Segundo Thaline Neves, a primeira cirurgia, chamada queiloplastia, é responsável por corrigir a fenda labial e costuma ser realizada entre 3 e 6 meses de idade. Já em casos em que há também fenda palatina, uma segunda cirurgia, chamada palatoplastia, é indicada por volta dos 12 meses.
Aliás, ao longo da infância, outras intervenções podem ser necessárias, como ajustes ortodônticos e correções funcionais da fala. O planejamento dessas etapas é feito de forma individualizada, com base nas necessidades da criança. Assim sendo, o sucesso do tratamento depende não só da técnica cirúrgica, mas também do acompanhamento contínuo e do envolvimento ativo da família em todo o processo.
O acolhimento e a informação fazem a diferença
Em última análise, receber o diagnóstico de lábio leporino no pré-natal pode parecer assustador à primeira vista, mas com informação e apoio, é possível enfrentar esse desafio com segurança. Uma vez que o reconhecimento precoce da condição permite organizar o cuidado com antecedência, reunir a equipe necessária e acolher o bebê desde o nascimento com todo o suporte necessário.
Logo, com a orientação de especialistas, os pais têm acesso a caminhos seguros e estratégias eficazes para garantir qualidade de vida à criança. Dessa maneira, o tratamento multidisciplinar e o acompanhamento desde os primeiros dias são a base para um desenvolvimento saudável, com foco tanto na saúde física quanto no bem-estar emocional da família.
Autor: Hahn Scherer