Para o senhor Aldo Vendramin, a crise energética global tem impactos muito além dos postos de combustíveis — ela chega com força ao campo, afetando diretamente quem produz os alimentos que chegam à nossa mesa. O aumento nos preços do petróleo influencia o custo do diesel, dos fertilizantes e de outros insumos essenciais para a atividade agrícola. Essa relação direta entre energia e produção rural tem preocupado produtores e pressionado o custo de toda a cadeia do agronegócio.
Entender como essa dinâmica funciona é fundamental para buscar soluções, adotar estratégias de mitigação e garantir a viabilidade da produção, mesmo em tempos de incerteza energética. Entenda tudo a seguir:
Como o preço do petróleo interfere nos custos do campo?
O petróleo é a base para a produção de combustíveis como o diesel, amplamente utilizado em máquinas agrícolas, tratores e no transporte de insumos e produtos. Quando o barril de petróleo sobe, o custo do diesel acompanha, elevando significativamente as despesas operacionais no campo. Essa alta impacta diretamente na margem de lucro dos produtores, que nem sempre conseguem repassar esse aumento ao consumidor final.

Além disso, como demonstra Aldo Vendramin, muitos fertilizantes, defensivos e produtos químicos usados na lavoura são derivados do petróleo ou têm a energia como insumo fundamental em sua fabricação. A elevação dos preços do petróleo encarece esses produtos, aumentando o custo por hectare cultivado. Isso afeta principalmente pequenos e médios produtores, que têm menos capacidade de absorver essas oscilações de preço sem comprometer a rentabilidade.
Quais são os impactos no abastecimento agrícola?
Com custos de produção mais altos, muitos produtores reduzem a área plantada ou adiam investimentos, o que pode comprometer a oferta de alimentos. Quando a produção diminui, a consequência direta é o aumento nos preços dos produtos agrícolas para o consumidor final. Ou seja, o impacto da crise energética não para no campo — ele chega à mesa das famílias em forma de inflação alimentar.
Ademais, o transporte de grãos, frutas e hortaliças até os centros de distribuição também depende de combustíveis derivados do petróleo. Segundo o empresário Aldo Vendramin, a logística se torna mais cara, o que afeta ainda mais a competitividade do produtor. Regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos são as que mais sofrem, já que o custo de escoamento da produção é ainda maior, dificultando o acesso a mercados rentáveis.
É possível reduzir a dependência dos combustíveis fósseis?
Sim, embora desafiador, é possível adotar estratégias que diminuam essa dependência e tragam mais estabilidade ao campo. A transição para fontes de energia renovável, como a solar e a biomassa, já é uma realidade em muitas propriedades rurais. Investimentos em tecnologia e eficiência energética também ajudam a reduzir o consumo de combustíveis, tornando o processo produtivo mais sustentável e econômico.
Outra alternativa está no uso de biocombustíveis, como o biodiesel, que pode substituir parcialmente o diesel tradicional em máquinas agrícolas. Programas de incentivo à agricultura de baixo carbono e linhas de crédito verdes podem ser importantes aliados nessa transição. Como considera Aldo Vendramin, ainda que os resultados não sejam imediatos, essas mudanças são essenciais para tornar o setor mais resiliente diante de futuras crises energéticas.
Por fim, a alta no preço do petróleo é mais do que uma questão energética — é uma ameaça direta à sustentabilidade da produção agrícola e à segurança alimentar. De acordo com o empresário Aldo Vendramin, com planejamento, inovação e políticas de incentivo à energia limpa, é possível construir um caminho mais seguro e menos vulnerável para o agronegócio. O futuro do campo depende da energia que escolhemos usar hoje.
Autor: Hahn Scherer