Alunos pedem segurança após serem roubados e furtados por criminosos armados perto da Unifesp no ABC

Hahn Scherer
Hahn Scherer

Alunos usaram as redes sociais para pedir mais segurança após terem sido roubados e furtados por criminosos armados perto da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em Diadema, no ABC Paulista.

Segundo os estudantes a onda de crimes começou no início deste ano, quando as aulas presencias voltaram depois da vacinação contra a Covid. Antes elas eram virtuais por causa da pandemia.

Ainda de acordo com os universitários, os roubos e furtos acontecem com frequência quando eles estão entrando ou saindo da Unifesp.

Com medo, os alunos criaram um grupo no WhatsApp para alertar os colegas sobre os riscos de se andar sozinho. Nele, também relatam casos de roubos e furtos que ocorreram.

Como medidas preventivas para tentar evitar serem vítimas de roubos e furtos, os estudantes passaram a andar juntos. E os professores estão terminando as aulas mais cedo para liberarem os universitários. O campus recebe alunos das áreas de ciências ambientais, químicas e farmacêuticas.

“A gente vem com medo subindo, mesmo em grupo a vem com medo”, disse à reportagem Yasmin Correia, estudante de farmácia. “É uma sensação bem forte de insegurança, todo dia tá acontecendo isso [roubos e furtos].”
Guilherme Bossani, estudante de engenharia química, foi assaltado na última quarta-feira (18), quando estava saindo do terminal metropolitano de ônibus a caminho da faculdade. Ele teve os pertences roubados e ainda foi ameaçado de morte pelos bandidos.

“Eles me abordaram do terminal. Pediram meu celular, minha blusa”, disse Guilherme. “Eles só foram falando: ‘O que é mais importante? Sua vida ou os seus bens?’”

A Universidade Federal de São Paulo tem cerca de 2 mil alunos matriculados em Diadema. Eles se dividem em cinco prédios. Quatro no centro da cidade e um no bairro Eldorado.
Os universitários precisam ir de um prédio para o outro para assistir todas as aulas e são nessas caminhadas que os assaltos acontecem. Foi assim com uma estudante que preferiu não se identificar. Ela contou que estava com uma colega, saindo de uma aula no laboratório, quando assaltantes numa moto as roubaram.

“Tinham dois caras em uma moto, a moto ela não tinha placa, era preta, e o garupa ele estava armado e mandou eu passar tudo. E aí nisso a gente teve que passar a nossa bolsa, nossa mochila”, disse a vítima. “Eu por exemplo eu fiquei sem nada porque meu celular infelizmente tava na mochila”.
Segundo os alunos, a onda de assaltos começou no início do semestre letivo, quando essa entrada próxima aos pontos de ônibus foi fechada por conta de reformas estruturais. A princípio os furtos e roubos eram apenas a noite, mas desde abril não tem mais hora para acontecer.

Por conta dos casos, professores estão terminando as aulas antes do horário e muitos estudantes estão andando em grupos para tentar evitar novas ocorrências. Nas redes sociais os alunos fazem alertas através de um grupo que tem mais de 500 pessoas.

Segundo dados da Secretária da Segurança Pública (SSP) a delegacia do bairro registrou um aumento de mais de 10% (10,32%) em roubos e furtos nesse ano em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a março de 2021 foram 707 registros de roubos e furtos. Em 2022, já são 780 ocorrências.

Os estudantes reclamam da falta de policiamento perto da universidade. “A gente chegou a conversar com uma vez uma viatura, [mas os policiais] vão embora”, disse Caique Fernandes, membro do centro acadêmico.

“O que eles estão esperando acontecer, né? eles estão esperando acontecer um latrocínio pra começar a agir? A gente não quer que chegue a esse ponto”, disse outra estudante, sem se identificar.

O que diz a Unifesp
A Unifesp informou que mantém constante comunicação com a Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal (GCM), para garantir mais segurança no entorno.

Informou ainda que reforçou os pedidos para os estudantes evitarem andar sozinhos e para utilizarem o ônibus disponibilizado pelo campus para irem até o terminal de ônibus de Diadema.

A universidade informou também que tem feito grande esforço para manter a disponibilidade de transporte entre as unidades, mesmo diante da insuficiência de recursos orçamentários.

O que diz a SSP
A Secretaria da Segurança Pública informou que é importante registrar boletins de ocorrência sobre roubos e furtos na região. Pois, de acordo com a pasta, são esses registros que vão orientar o policiamento que será realizado e intensificado nos locais onde há incidência de crimes: “Todos os casos registrados são investigados”.

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