Como escolher uma linguagem de programação para aprender

Hahn Scherer
Hahn Scherer

Os brasileiros estão mais interessados por linguagens de programação e pelos empregos disponíveis nesse mercado, aponta um levantamento realizado pelo Google.

O superaquecimento do mercado de tecnologia da informação, a chamada TI, fez com que as buscas por “desenvolvedor” e “programador” subissem mais de 20% na comparação dos últimos 12 meses com o período anterior.

A programação é usada para desenvolver e controlar por meio de softwares uma série de aparelhos tecnológicos que usamos no dia a dia. Ou seja, há programação desde os servidores de uma empresa gigante como a Amazon até os menores dispositivos, como um relógio inteligente.

Para isso, é usada uma linguagem de programação. Ela é um conjunto de instruções que se assemelha a um “idioma”. O código produzido com essa linguagem é o que permite que um programa execute ações consecutivas, acesse dados e faça diversas outras ações.

Existem mais de 700 linguagens de programação, o que pode confundir a cabeça de quem se interessa pela área.
Uma dúvida comum para quem está interessado pela área de tecnologia é qual a melhor linguagem de programação para aprender? Segundo os especialistas consultados pelo g1, a resposta depende do objetivo de cada profissional.

Para quem tem interesse em escrever códigos, a primeira dica é focar no básico. Ou seja, entenda como funciona a lógica de programação, como criar funções e variáveis que são as instruções que o programador dá para o computador realizar.

Para quem está começando, existem diversos cursos gratuitos com aulas de introdução à lógica de programação.

Em seguida, pesquise qual a linguagem mais usada na área desejada. Um exemplo: os interessados em ciência de dados precisam de conhecimentos em linguagens como Python, Linguagem R, SAS e Java.

Já um desenvolvedor front-end vai começar por HTML e CSS, mas precisará de conhecimentos de JavaScript também.

Há ainda os chamados frameworks e bibliotecas, que são conjuntos de ferramentas para facilitar o trabalho de quem está em uma determinada área.

Nesse caso um dev front-end, provavelmente, vai ter que estudar React, que é a biblioteca JavaScript mais popular do mercado para quem trabalha com interfaces para o usuário. Ela permite criar sites e aplicativos que sejam interativos.

Segundo o Github, que é uma espécie de rede social para programadores, as linguagens mais populares entre os programadores brasileiros em 2021 foram:

Javascript;
Sass CSS: ;
Blade;
Linguagem de configuração HashiCorp;
Elixir;
Typescript;
Kotlin;
Go;
Lua;
Python.
Python e Java: linguagens mais populares
Python é a linguagem de programação mais buscada no Brasil, segundo levantamento do Google Trends. A ferramenta de desenvolvimento passou o Java, que ocupava a liderança do ranking desde 2004, quando o buscador passou a analisar esses dados.

Nos últimos cinco anos, o interesse por Python cresceu mais de 122%, enquanto o Java teve uma queda de 72%, de acordo com o Google.

A popularidade se justifica: o Python foi desenvolvido para que seu código seja fácil de ler e é considerado amigável para quem está aprendendo uma nova linguagem de programação. Além disso, seus programas podem ser utilizados em produtos diferentes, como sites, computação gráfica ou inteligência artificial.

Mas isso não quer dizer que o Java está acabado. Assim como o Python, a linguagem pode ser usada para desenvolvimento de aplicações para celular, computadores, televisões e vários outros aparelhos.

Existe linguagem que paga mais?
Sim. Algumas das ferramentas não possuem uma comunidade tão grande de especialistas e, por isso, o valor pago para esses profissionais é maior.

Um levantamento da plataforma de recrutamento de profissionais de tecnologia Revelo indica que as duas linguagens que oferecem salários maiores são Delphi, com média de R$ 8.500 e Scala com média de R$ 8.300.

Lançadas em 1995 e 2004, respectivamente, as linguagens ainda são usadas para criação de programas atuais, mas são consideradas antigas.

No caso das duas ferramentas, a demanda por profissionais especializados leva em conta o chamado “código legado”. Ou seja, esses programadores precisam manter funcionando softwares que foram desenvolvidos há alguns anos e têm importância estratégica para empresas.

Um exemplo desse tipo de programa é o código usado no funcionamento de empresas do setor bancário. Apesar de antigo, esse tipo de programa não pode ser removido enquanto uma nova versão é preparada.

“É uma questão de oferta e procura. Apesar de serem linguagens muito antigas quando pensamos na história da programação, existem poucos profissionais que possuem esses conhecimentos disponíveis no mercado”, explica o CEO da Revelo, Lucas Mendes.
“Por conta disso, aqueles que atuam profissionalmente com essas linguagens acabam sendo muito valorizados – e por consequência, recebem salários superiores”, conta Mendes.

O levantamento analisou as ofertas de emprego da própria Revelo. Segundo a companhia, há mais de 1.500 empresas ativas e cerca de 570 mil candidatos em seu banco de dados.

Já linguagens como HMTL, JavaScript e CSS estão entre as mais comuns entre os candidatos cadastrados na plataforma.

A lista de linguagens mais bem paga e suas respectivas médias salariais, segundo a Revelo:

Delphi: R$ 8.500;
Scala: R$ 8.300;
Groovy: R$ 8.200;
Clojure: R$ 8.150;
Swift: R$ 8.130;
Dart: R$ 8.100;
Kotlin: R$ 8.000;
Go: R$ 7.900;
C#: R$ 7.800

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