Como ressalta Ediney Jara de Oliveira, entender essa dinâmica é essencial para qualquer negócio que dependa da internet para vender, comunicar ou operar. A concentração de poder em poucas plataformas não é apenas tema de tecnologia, mas questão econômica e estratégica de primeira ordem. Siga a leitura e veja que plataformas digitais transformaram a forma como pessoas consomem, trabalham, se informam e fazem negócios.
O modelo de plataformas e o efeito de rede
Plataformas digitais funcionam como intermediárias que conectam diferentes grupos: consumidores e vendedores, criadores de conteúdo e anunciantes, motoristas e passageiros, empresas e desenvolvedores. Quanto mais usuários participam, mais valiosa se torna a plataforma, o que atrai ainda mais participantes. Como aponta Edinei Jara de Oliveira, esse efeito de rede cria círculos de reforço que favorecem poucos vencedores globais, capazes de dominar mercados inteiros.
Esse domínio não se limita à quantidade de usuários. Quem controla a plataforma define algoritmos de recomendação, políticas de moderação, formatos de anúncio e modelos de remuneração. Assim, passa a influenciar quais empresas são vistas, quais produtos ganham destaque e quais conteúdos chegam ao público com mais força.

Algoritmos e assimetria de informações
A concentração de dados é um dos pilares do poder das plataformas. Cada pesquisa, clique, compra, avaliação ou interação alimenta bases gigantescas, que servem para personalizar ofertas, segmentar anúncios e desenvolver novos serviços.
Segundo Ediney Jara de Oliveira, essa assimetria de informação coloca as plataformas em posição privilegiada: elas conhecem detalhadamente o comportamento de milhões de usuários, enquanto os negócios menores veem apenas fragmentos da jornada. A combinação de dados em larga escala com algoritmos sofisticados permite prever tendências, antecipar demandas e testar rapidamente modelos de preço e layout.
Impactos sobre concorrência e poder de barganha
Quando poucos atores concentram grande parte do tráfego e das transações, a concorrência tende a se reorganizar em torno deles. Empresas que desejam alcançar o público acabam sentindo necessidade de estar nessas plataformas, mesmo que isso implique pagar comissões elevadas ou aceitar regras rígidas. Como elucida Edinei Jara de Oliveira, o poder de barganha se desloca: pequenos e médios negócios passam a depender de mudanças unilaterais em algoritmos, políticas de conteúdo ou custos de anúncio.
Essa relação pode gerar ganhos relevantes (expansão de alcance, aumento de vendas, acesso a novas regiões), porém traz riscos significativos. Alterações de visibilidade, suspensões de conta ou novas taxas podem afetar de forma abrupta o faturamento de quem concentra sua operação em um único ambiente digital.
O papel dos reguladores e o debate sobre limites
Governos e autoridades de concorrência em diferentes países passaram a olhar com mais atenção para o poder econômico das grandes plataformas. Discussões sobre abuso de posição dominante, uso de dados de terceiros para competir com eles mesmos e obrigações de transparência em algoritmos ganharam espaço. Como constata Ediney Jara de Oliveira, o desafio é equilibrar incentivo à inovação com proteção à concorrência e à privacidade.
Regulações mal desenhadas podem sufocar modelos de negócio legítimos ou atrasar avanços tecnológicos. Falta de regras mínimas, por outro lado, abre espaço para práticas que restringem o acesso de novos competidores, fragilizam a diversidade de serviços e ampliam a dependência de poucos grupos globais.
Estratégias para empresas em um cenário concentrado
Mesmo diante de tanta concentração, negócios de diferentes portes podem construir caminhos próprios. Diversificar canais de venda, combinar presença em plataformas com bases de clientes próprias e investir em relacionamento direto reduz vulnerabilidade. Como resume Edinei Jara de Oliveira, aproveitar a audiência das grandes plataformas sem entregar toda a estratégia a elas é uma das posturas mais inteligentes para o médio e longo prazo.
Autor : Hahn Scherer
