A recente aprovação do reajuste salarial de 4% para os servidores públicos de Rio Grande da Serra gerou intensos debates e descontentamento entre trabalhadores e parte da Câmara Municipal. O projeto, que foi aprovado por unanimidade nesta segunda-feira, dividiu opiniões e evidenciou o clima de tensão entre a base governista e a oposição. Mesmo com o apoio unânime dos vereadores, críticas contundentes foram direcionadas ao valor definido pelo Executivo. O reajuste de 4% para os servidores de Rio Grande da Serra foi considerado insuficiente por diversos parlamentares, que defenderam maior valorização do funcionalismo.
Durante a sessão, vereadores da oposição apresentaram uma emenda para ampliar o reajuste de 4% para 8%, sendo metade em maio e a outra metade em novembro. A proposta foi protocolada por Marcos Tico, Bibinho, Marcelo Cabeleireiro e Claudinho Monteiro. Contudo, o presidente da Câmara, Claurício Bento, vetou a votação da emenda alegando impedimento pelo Regimento Interno, que proíbe mudanças legislativas que impliquem em aumento de despesas públicas. A decisão reforçou a insatisfação da oposição, que viu na negativa uma manobra para proteger a base aliada do prefeito Akira Auriani.
Apesar do impasse, todos os parlamentares votaram a favor do reajuste de 4% para os servidores de Rio Grande da Serra, mesmo os que se opuseram ao valor. Os vereadores oposicionistas, no entanto, fizeram uso da tribuna para expressar sua indignação e propor soluções alternativas. Uma das sugestões foi a criação de uma comissão permanente de negociação salarial, que incluiria representantes da Câmara, do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais e do próprio Executivo. A proposta visa abrir um canal de diálogo contínuo entre os servidores e a gestão municipal.
O vereador Monteiro chegou a convocar uma mobilização dos servidores em frente à sede da Prefeitura para pressionar por um novo reajuste. Segundo ele, o índice aprovado está aquém das perdas inflacionárias e ignora a realidade econômica enfrentada por muitos funcionários públicos municipais. A reivindicação da categoria é por um reajuste que recomponha o poder de compra dos trabalhadores, corroído nos últimos anos por aumentos nos preços de alimentos, transporte e serviços básicos.
Em paralelo, o advogado do sindicato da categoria, Carlos Zambotto, destacou a importância da presença dos servidores nas sessões legislativas. Segundo ele, a pressão feita durante a sessão anterior foi decisiva para que o prefeito Akira Auriani se mostrasse mais aberto ao diálogo com a categoria. O reajuste de 4% para os servidores de Rio Grande da Serra, apesar de aprovado, é apenas um dos itens de uma pauta salarial mais ampla, que inclui questões como melhorias nos planos de carreira, condições de trabalho e benefícios.
A aprovação do reajuste de 4% para os servidores de Rio Grande da Serra reacendeu o debate sobre as limitações do Legislativo frente às demandas populares. Para os opositores, o Regimento Interno da Casa precisa ser revisto para permitir maior participação dos vereadores nas decisões que envolvem investimentos em valorização profissional. Já para a base governista, o cumprimento das normas é essencial para garantir responsabilidade fiscal e evitar conflitos jurídicos futuros.
O prefeito Akira Auriani, até o momento, não se manifestou publicamente sobre a proposta de ampliar o reajuste. Fontes ligadas ao Executivo afirmam que a gestão está aberta ao diálogo, mas que qualquer alteração deve respeitar os limites orçamentários do município. O reajuste de 4% para os servidores de Rio Grande da Serra, portanto, ainda pode ser o ponto de partida para negociações mais amplas, desde que haja disposição política de ambas as partes.
Enquanto isso, os servidores aguardam um posicionamento mais claro por parte da Prefeitura. A expectativa é de que os próximos encontros entre representantes do sindicato e o governo municipal possam avançar nas reivindicações da categoria. O reajuste de 4% para os servidores de Rio Grande da Serra, apesar de aprovado, está longe de encerrar o debate sobre valorização do funcionalismo e transparência na gestão pública.
Autor: Hahn Scherer