Segundo Cleiton Santos Santana, fundador cotista do Grupo BSO – Brazil Special Opportunities, a meta de alcançar um Brasil carbono neutro ganha força com a recente sanção da Lei do Combustível do Futuro, que visa promover a transição para uma economia de baixo carbono. Nesse contexto, o setor privado desempenha um papel fundamental, sendo tanto alvo de regulamentação quanto parceiro estratégico para impulsionar o país rumo a uma economia verde.
Entenda como o setor privado pode se adaptar e contribuir para esse novo cenário sustentável.
Como a Lei do Combustível do Futuro impacta o setor privado?
A Lei do Combustível do Futuro cria um ambiente regulatório que encoraja o setor privado a investir em energias limpas. Uma das principais medidas é que o diesel comercializado contenha percentuais crescentes de biodiesel, começando com 15% em 2025 e chegando a 20% em 2030. Como aponta Cleiton Santos Santana, essa mudança afeta as empresas do setor de transportes, que precisam ajustar suas operações para cumprir as novas regulamentações e reduzir as emissões de carbono em suas cadeias logísticas.
Além disso, o setor industrial, especialmente nas áreas de aço, cimento e transporte pesado, é incentivado a adotar o hidrogênio verde, que pode substituir fontes de energia mais poluentes. As empresas que investirem em infraestrutura para o uso de hidrogênio verde podem se beneficiar dos incentivos fiscais concedidos pelo governo, que totalizam R$ 18,3 bilhões até 2032.
Quais são as oportunidades para investimentos em captura e armazenamento de carbono?
A captura e armazenamento de carbono (CCS) é outra área de destaque na nova legislação, que concede concessões de 30 anos, prorrogáveis por mais 30, para projetos de CCS. A Agência Nacional de Petróleo (ANP) é responsável por autorizar esses projetos, e a medida abre novas possibilidades para empresas interessadas em desenvolver tecnologias de sequestro de carbono. Conforme Cleiton Santos Santana explica, essa prática representa uma oportunidade de diversificação para o setor privado.
Empresas de diferentes setores podem investir em tecnologias de captura de carbono como uma forma de compensar suas próprias emissões, o que pode ser especialmente vantajoso para aquelas que operam em setores de difícil descarbonização. Além disso, há um potencial de receita adicional para empresas que vendem créditos de carbono gerados a partir dessas tecnologias.
Como o setor privado pode se tornar um protagonista na exportação de energias limpas?
O Brasil possui grande potencial para se destacar no mercado global de energias limpas, especialmente no hidrogênio verde. O expert Cleiton Santos Santana explica que com fontes renováveis abundantes, como energia solar e eólica, o país possui uma vantagem competitiva para produzir hidrogênio verde a custos baixos. Empresas brasileiras podem aproveitar essa vantagem para investir em infraestrutura de produção e exportação desse combustível.
A infraestrutura portuária também recebe novos investimentos para atender a essa demanda crescente. Um exemplo é o Porto de Paranaguá, que terá o primeiro terminal de liquefação de biometano no Brasil, com foco na exportação de combustíveis limpos. Com o aumento do interesse global por energias renováveis, o setor privado brasileiro pode transformar esses investimentos em vantagem competitiva, posicionando o Brasil como líder na exportação de energia sustentável.
De acordo com Cleiton Santos Santana, a Lei do Combustível do Futuro representa uma grande oportunidade para o setor privado brasileiro se tornar protagonista no avanço da sustentabilidade no país. Com incentivos fiscais, exigências de biocombustíveis e regulações para o hidrogênio verde e a captura de carbono, a legislação oferece um cenário favorável para investimentos em tecnologias limpas.